domingo, 27 de outubro de 2013

El padrini de Peter...


Chegámos ao hostel já tarde avançada... Perderamos algum tempo no supermercado a fim de comprar natas para o jantar. No final de contas, e após tentarmos comprovar o sucesso da compra junto da rapariga da recepção, percebemos que havíamos comprado leite para o café. Mais um sucesso do 'Food translate'... 
Recolhemos as malas que havíamos deixado na recepção de manhã e levamo-las para os quartos. Quartos? Sim, quartos... Acabamos de perceber que os quartos múltiplos são divididos por género. Não vá o pessoal entusiasmar-se e afins. 
No meu quarto 6 camas, sendo que 5 das quais desocupadas. No quarto do Marco 4 camas, duas ocupadas por dois russos e uma terceira com um jovem chinês, de Hong Kong, que resolvera visitar Moscovo e St. Petersburgo.
Pousadas as malas, instalámo-nos na cozinha/sala comum a fim de preparar o jantar. No computador, um dos companheiros de quarto do Marco que de imediato assemelho a uma qualquer personagem de um qualquer filme de espionagem russo. Os seus olhos brilhavam a poucos centímetros do PC. Gargalhadas sucediam-se sob a visualização consecutivas de sketch's de um qualquer "Gato Fedorento" russo. 
Do rádio ecoava uma qualquer música romântica russa. Retiro os ingredientes do saco, procuro o fogão em todas as direcções e, não encontrando-o, mostro o pacote de massa ao rapaz [leia-se rapaz com os seus 35 anos] na esperança que me o indique. Inicia-se, assim, toda uma explicação em russo. 
- Sorry, I don't speak russian! - interrompo-o. 
E inicia-se, assim, toda uma nova explicação, desta vez mais pausada e mais audível, já que o volume fora aumentado, mas, ainda assim, em russo.
Conclusão: toca a puxar pela imaginação, já que também não há fogão. Pergunta do dia: como transformar um pacote de massa, um pacote de leite para o café, cogumelos e milho numa espécie de massa à carbonara?
E decido cozer a massa no microondas. O resultado final foi, provavelmente, o pior prato que já cozinhei na minha vida. Por favor, NÃO TENTEM ISTO EM CASA. 
- Where are you from? - pergunto ao rapaz, arriscando toda uma nova explicação em russo.
- Russian - responde-me.
- Moscow?
- Moscow and St. Petersburgo - responde-me, explicando-me, por entre gestos, que trabalha entre uma e outra.
- Daví - revela-me o seu nome enquanto me estende a mão. 
- Raquel - correspondo. 
E traçamos amizade pelos próximos 3 dias, repetindo rotinas. A banda sonora do 1° dia é substituída pelos Hits 1998 e recordo Enrique Iglesias e outras relíquias similares. Cantarolamos juntos [não, Luís Pereira, o russo não teceu qualquer comentário negativo face aos meus escassos dotes musicais] e apresento o jovem de trabalho duvidoso à minha mãe, via Skype. Trocamos mantimentos e prometo não identificá-lo quando a polícia entrar de rompante à sua procura.

Para a posterioridade, a prova viva de que confraternizei com um membro da máfia russa...


3 comentários:

  1. Nós bem notámos um distúrbio de ondas sonoras vindo das terras czarianas (ehehehe)!
    Carbonara improvisada no micro-ondas... isso é digno de mastechef ;) Não contas à tua avó Alice claro...
    Vocês "colectam" as mais caricatas personagens no vosso percurso, sinal de que é sem dúvida uma viagem rica... já sabes, qualquer problema que tenhas é só contatar a máfia!!!
    Beijos com saudades

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  2. Oh Raquel eu não sei como é que essa massa não ficou bem!!Logo tu que de tão pouco fazes magia!Ficou pior que os nossos jantares em Leon?!?Ai ceus!!!lolol!

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  3. Olha, tu queres ver que na Mother Russia serias uma estrela do panorama musical?? É esse o segredo para os vidros a partir que oiço quando tu cantas: TU CANTAS EM RUSSO!! Eu sabia que havia qualquer coisa...
    Ficaste muitos dias sem postar nada. Não se admite...
    Beijos e abração

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